Sobre o Palácio Amarelo

por adm publicado 02/04/2021 14h15, última modificação 24/08/2021 15h46
Acesse para conhecer mais sobre a história do Paço Hermogênio Silva e também sobre as quatro sedes alugadas que o Poder Legislativo ocupou antes da aquisição do Palácio Amarelo

A Câmara Municipal de Petrópolis funciona no Palácio Amarelo, patrimônio histórico da cidade de Petrópolis.

Em meados do século XIX, a moda da corte imperial era construir casas de verão na cidade imperial. No planejamento da cidade, todos os terrenos do lado ímpar da atual Rua da Imperatriz (localização nobre, próximo ao Palácio Imperial), eram especialmente destinados pelo Imperador a fidalgos, nobres, altos membros do exército e pessoas de relação próxima.

O último proprietário particular do Palácio Amarelo foi o Barão de Guaraciaba, negro, filho de mãe escrava. No entanto, com a Proclamação da República, todas as Câmaras do país são dissolvidas e são realizadas novas eleições, daí surgindo as primeiras Câmaras Republicanas.

Após passagem por quatro sedes alugadas, a municipalidade resolve comprar um imóvel para construir sua Casa. O Palácio Amarelo parecia perfeito naquele momento, no entanto, o Barão de Guaraciaba não tinha interesse em vendê-lo. Depois que quatro anos de negociações frustradas, a Câmara ameaça desapropriar os jardins da frente do palácio para a construção de um mercado popular. Dessa maneira, em 1894, o Barão foi convencido a concretizar o negócio.

Uma série de reformas foram feitas para adaptar e ampliar o palácio residencial às necessidades do legislativo petropolitano. Tetos de gesso, paredes em volta da escada, claraboia, entre outras melhorias, foram feitas em um primeiro momento. Projeto e execução foram feitos pelo engenheiro Harald Bodtker. Em torno de 1890 o Salão do Plenário foi construído.

Já em 1896, a pintura artística dos tetos do Palácio Amarelo foi concluída. Primeiro, o escultor Henrique Levy construiu o teto de estuque do salão onde são realizadas a sessões. Foram várias intervenções até transformar o paço em uma belíssima obra de arte, à altura da cidade e da qualidade da arquitetura do antigo solar. Credita-se a parte artística do solar ao Levy e ao escultor José Huss.

 

 Um pouco mais sobre as sedes alugadas:

A partir da instalação da Câmara, que se deu em 17 de junho de 1859, o poder legislativo funcionou em quatro sedes provisórias diferentes - por quase 40 anos de sua existência, antes de adquirir do Barão de Guaraciaba o Palácio Amarelo. A Câmara teve passagens por casas nas atuais Ruas Paulo Barbosa, do Imperador e Nelson de Sá Earp.

Segundo informações de Walter Bretz, em artigo publicado na “Tribuna de Petrópolis”, em 17 de junho de 1919, sabemos que a primeira legislatura funcionou em uma casa na Rua Paulo Barbosa nº12, onde se encontra hoje construído o edifício Rocha.

Primeira Sede (alugada) da Câmara Municipal de Petrópolis

 

Depois, a Câmara passou a funcionar no sobrado que existe até hoje na esquina das Ruas do Imperador e Nelson de Sá Earp.

Segunda sede da Câmara Municipal de Petrópolis

Segunda sede (alugada) da Câmara Municipal de Petrópolis


Em seguida, mudou-se para o antigo prédio da família Kallembach, no ponto mais central de Petrópolis, próximo ao Obelisco (informação apenas para efeitos de localização, pois o obelisco só foi construído, de fato, em 1957).

Terceira sede (alugada) da Câmara Municipal de Petrópolis


Em razão, porém, das enchentes, a Câmara se mudava temporariamente para o sobrado anteriormente ocupado pela Farmácia Simas, na Rua do Imperador (à época, Avenida XV de novembro).

Quarta sede (alugada) da Câmara Municipal de Petrópolis

Depois de proclamada a República, a Câmara se instalou em sede própria, o Palácio Amarelo. A compra foi realizada pelo médico Dr. Hermogênio Silva, que foi Vereador e o responsável por finalizar a compra junto ao Barão de Guaraciaba. Por isso, o nome oficial do Palácio Amarelo é Paço Hermogênio Silva.