Vereadores recebem pais de alunos da rede municipal que estão sem aulas por falta de professor

por juliana.fernandes — publicado 25/03/2022 19h55, última modificação 29/03/2022 16h42
Vereadores recebem pais de alunos da rede municipal que estão sem aulas por falta de professor

A reunião foi realizada nesta sexta-feira, dia 25.

Vereadores receberam, nesta sexta-feira (25/03) pais de alunos da rede municipal de ensino que estão sem aulas por falta de professores. O presidente da Câmara Municipal, Hingo Hammes, o presidente da Comissão de Educação, Assistência Social e Defesa dos Direitos Humanos da Câmara, Yuri Moura, a vice-presidente da comissão, Gilda Beatriz, e o vereador Eduardo do Blog ouviram o grupo, detalharam a cobrança do Legislativo ao governo municipal sobre o tema e alinharam os próximos passos para garantir que seja feita a contratação imediata de profissionais para suprir a demanda existente até a realização de concurso público, previsto ainda para este ano.

Presidente da Câmara Municipal, Hingo Hammes, afirmou que levantamento feito em dezembro já para planejamento do ano letivo de 2022 - que foi inclusive apresentado ao Ministério Público - apontou a necessidade de mais 240 docentes para suprir a demanda a partir da adequação do município à lei que destina 1/3 da carga horária do professor para planejamento de aulas. “Nossa intenção era fazer a convocação de aprovados no Processo Seletivo Simplificado em vigor em número suficiente para atender a demanda. O concurso público deve ser realizado este ano, mas não há como deixar os estudantes sem professores até a conclusão deste processo. Estamos buscando soluções para esta questão, que é urgente”, avisou.

A pedagoga e maquiadora Ana Caroline Caridade, que tem dois filhos matriculados em escolas da rede municipal, diz que a criança mais nova não entende o porquê de não poder frequentar as aulas. “Ele pergunta quando poderá ir à escola, mas, na Secretaria de Educação, a informação é que temos que esperar. Ele tem 7 anos. Está triste e desanimado. Achou que, tomando a vacina contra a covid-19, poderia voltar à escola, mas não foi o que aconteceu”, lamentou ela, fazendo referência ao filho matriculado no 2º ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal Magdalena Tagliaferro, no Castelo São Manoel.

Presidente da Comissão de Educação, Assistência Social e Defesa dos Direitos Humanos da Câmara, Yuri Moura afirmou que a comissão vem recolhendo informações sobre a falta de professores e está questionando o governo municipal sobre as medidas adotadas para sanar o problema. “Precisamos de uma solução urgente. O concurso público ainda não tem data e a convocação de profissionais do processo seletivo segue também um trâmite burocrático. O município precisa agir imediatamente, apresentar soluções de curto, médio e longo prazo. O que não pode é prejudicar as crianças. Deixar aluno fora da sala de aula, sem direito à Educação”, afirmou.

Vice-presidente da comissão, Gilda Beatriz garantiu que a comissão vai acionar o Ministério Público para que acompanhe o caso, junto da Câmara Municipal. “Que contratem de forma emergencial, por prazo determinado, com o acompanhamento do Legislativo e do Ministério Público. Que convoquem por meio do processo seletivo. Que façam o concurso público. É direito das crianças estarem na escola”, frisou.

O vereador Eduardo do Blog, que também participou da reunião com os pais de alunos, criticou o que considerou falta de planejamento na retomada das aulas. “Os alunos passaram quase dois anos sem aulas presenciais em função da pandemia. No ano passado, ainda de maneira opcional, começaram a retornar às salas de aula. Chegaram a 2022 cheios de expectativas e estão frustrados agora. É preciso uma solução imediata”, enfatizou.

Mãe de duas crianças matriculadas na João Kopke, Renata Marra Passos Heinrichs classificou a falta de professores como uma falta de respeito aos estudantes. A filha de 7 anos está no 2º ano do Ensino Fundamental, está sem aulas, e o filho de 13 anos, aluno do 8º ano, não tem todas as disciplinas. “Minha filha passou a maior parte do 1º ano sem aulas presenciais por causa da pandemia. No fim do ano passado, autorizei o retorno e ela adorou voltar a ter contato com os amigos e os professores. Estava animada para este ano. Todos os dias me pergunta quando vai voltar para a escola”, finalizou.